Denis Warren

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  • em resposta a: Como dar a intenção Dórica, frígia, etc… #1649

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Mateus, bem vindo ao forum. Vamos lá…

    “Gostaria de saber como posso criar uma progressão harmônica ultilizando os modos gregos”

    Para criar uma progressão modal siga os seguintes critérios:

    1 – O primeiro acorde deverá ter a tônica do modo. Melhor se tiver a terça também pois assim definimos o modo como maior ou menor.

    2 – O segundo acorde deverá conter a nota característica do modo.

    Então, por exemplo – Dó Lídio

    Escala de Dó Lídio – C D E F# G A B (mesmas notas de G maior).

    Notas Características – C E F#

    Campo Harmônico – C7M D7 Em7 F#m7(b5) G7M Am7 Bm7

    O primeiro acorde deverá ter a mesma tônica do modo, como o modo é o C Lídio escolhemos o acorde de C7M. Poderia ser também qualquer variação desse acorde como C, C9, C7M(9), C6. Melhor se tiver a terça pois daí definimos o Lídio como modo maior, mas é possível usar acordes sem terça como o C2.

    O segundo acorde terá as notas características que faltaram no primeiro acorde. Como escolhemos o acorde de C7M que possui as notas C e E, a característica que está faltando é a nota F#. Então basta escolher algum acorde do campo harmônico que tenha F# na formação, ou seja, os acordes de D7, F#m7(b5), G7M ou Bm7.

    A progressão fica:

    C7M | D7 (Clichê) ou…
    C7M | F#m7(b5) (Pode soar esquisito por causa da dissonância do acorde de F#m7(b5)) ou…
    C7M | G7M ou…
    C7M | Bm7 (clima que curto bastante).

    “Primeiro, pra mim o acorde de A7M(11+) está com tensão de subdominante e não de tônica”

    Lembre que funções harmônicas são derivações do sistema tonal. Se você pensar em tonalidade o acorde de quarto grau sempre terá função de subdominante, mas no sistema modal ele será a tônica do modo – que soa muito mais fraco do que uma tônica de uma tonalidade.

    “…como possuindo tonalidades em Míxolidio?”

    Tonalidade é uma coisa, modo é outra. Se você analisar as músicas em termos de tom, serão maiores. No caso de modo, serão mixolídio. Hoje em dia os conceitos se misturam e é difícil separar tom de modo. O sistema tonal passou a aceitar resoluções diferentes das tradicionais e costumamos entregar intenções modais até mesmo em músicas que são definitivamente tonais.

    em resposta a: Sei todas as escalas, e agora, o que fazer? #1529

    Denis Warren
    Mestre

    Leo, você também pode se focar na melodia e de que forma ela se desenvolve, quais são os intervalos formados entre as notas. Explico melhor, observe a classificação abaixo dos intervalos:

    Intervalos Consonantes (soam agradáveis ao ouvido)

    Terça Menor
    Terça Maior
    Quarta Justa
    Quinta Justa
    Sexta Menor
    Sexta Maior
    Oitava Justa

    Intervalos Dissonantes (soam instáveis, geram tensão)

    Segunda Menor
    Segunda Maior
    Quarta Aumentada ou Quinta Diminuta
    Sétima Menor
    Sétima Maior

    Ao tocar uma melodia, se você fizer saltos dissonantes, a tendência é que o trecho também soe dissonante. Pela mesma lógica se você optar por saltos consonantes, o trecho soará mais estável.
    A tensão é muito importante em música pois gera expectativa, o que cria movimento e interesse. Mas quando é usada em excesso pode entregar uma atmosfera muito densa, com aspecto sonoro carregado – o que costuma sair do gosto popular. A dissonância colocada na hora errada também gera confusão enfraquecendo a sua função e por consequência fazendo a melodia perder a estrutura.
    Então procure balancear consonância X dissonância e colocá-las de acordo com as funções e características dos acordes da cadência.

    Vou alongar um pouco mais essa explicação com um exemplo:

    Falando de modos, sempre temos a caracterização da escala usando o apoio em determinadas notas. Por exemplo, Dó Lídio. Usamos a escala de G maior (G A B C D E F#) mas enfatizamos as notas C (Tônica do modo), a nota E (Terça, define o modo como maior) e a nota F# (característica do Lídio).

    Ao solar temos a tendência de enfatizar demais essas 3 notas características, mas observe o intervalo entre as notas C e F#, tem 3 tons (trítono), é bastante dissonante. O ideal é aliviar os saltos dissonantes da melodia fazendo aproximações, por exemplo:

    Nota C -> Nota G -> Nota F#

    ou

    Nota F# -> Nota B -> Nota C

    Dessa forma ainda enfatizamos as notas características mas a melodia preserva os saltos consonantes.

    em resposta a: Como faço para classificar os intervalos? #1527

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Leonardo.

    Intervalo quer dizer distância entre notas, que é medida em número e tipo, por exemplo:

    Qual é o intervalo entre as notas Dó e Ré?

    Contamos o Dó como a primeira nota, depois dele vem o Ré, que é a segunda nota, então chamamos o intervalo de segunda.

    Outro exemplo…

    Qual é o intervalo entre as notas Dó e Sol?

    Contamos o Dó como a primeira nota, depois dele vem o Ré, que é a segunda nota, o Mi que é a terceira, o Fá que é a quarta e o Sol que é a quinta, então chamamos o intervalo de quinta.

    Mais um exemplo…

    Qual é o intervalo entre as notas Lá e Ré?

    Lá é a primeira nota, depois Si é a segunda, Dó a terceira e Ré a quarta, intervalo de quarta.

    A classificação numérica dos intervalos não leva em conta os sustenidos ou bemóis:

    C para D é uma segunda.
    C# para D é uma segunda.
    C para D# é uma segunda.
    C# para D# é uma segunda.
    Cb para D é uma segunda.
    Cb para Db é uma segunda.
    C# para Db é uma segunda.

    E assim por diante.

    Agora, o tipo de intervalo dependerá da distância em tons, que você deverá definir usando o esquema abaixo:

    Meio tom – Segunda menor
    1 tom – Segunda maior
    1 tom e meio – Terça menor
    2 tons – Terça maior
    2 tons e meio – Quarta justa
    3 tons – Quarta aumentada
    3 tons e meio – Quinta justa
    4 tons – Sexta menor
    4 tons e meio – Sexta maior
    5 tons – Sétima menor

    5 tons e meio – Sétima maior
    6 tons – Oitava justa

    Exemplo 1:

    Qual é o intervalo entre as notas Dó e Fá?

    Começamos pela classificação numérica. Dó é a primeira nota, contamos Ré como segunda, Mi como terceira e Fá como quarta, o intervalo é de quarta.
    Agora medimos a distância de tons entre Dó e Fá, que será de 2 tons e meio = quarta justa.
    O intervalo entre as notas Dó e Fá é de quarta justa.

    Exemplo 2:

    Qual é o intervalo entre as notas Mi e Si?

    Começamos pela classificação numérica. Mi é a primeira nota, contamos Fá como segunda, Sol como terceira, Lá como quarta e Si como quinta, o intervalo é de quinta.
    Agora medimos a distância de tons entre Mi e Si, que será de 3 tons e meio = quinta justa.
    O intervalo entre as notas Mi e Si é de quinta justa.

    APLICAÇÃO:

    Os intervalos são os blocos que formam os acordes, as escalas, os arpejos e diversas relações harmônicas e melódicas em música. Fazendo uma analogia, funcionam como tijolos que podem ser usados para construir paredes, muros, bancos, etc…
    Usamos intervalos para entender como os acordes são formados e cifrados, quais são as notas características de cada modo grego, qual o efeito provocado pela relação entre 2 notas, ou entre uma nota da melodia e o acorde da base, entre outras coisas.

    em resposta a: Sei todas as escalas, e agora, o que fazer? #1526

    Denis Warren
    Mestre

    Quando você diz que sabe as escalas o que quer dizer exatamente? Conhece os desenhos (shapes) delas? Ou sabe também os acordes derivados, tensões, etc…?

    Dentro de uma escala cada nota possui uma distância em relação a tônica, e essa relação provoca um efeito sonoro. No sistema tonal temos um compromisso forte com a tônica e todas as sequências harmônicas são elaboradas de acordo com a sua relação de proximidade ou distância.

    O primeiro passo é entender o som de cada uma dessas notas, e isso deve ser feito usando o ouvido e a sua estética. Coloque como backing o acorde do primeiro grau do campo harmônico. Sobre ele toque a escala sentindo o efeito que cada uma das notas provoca. Por exemplo:

    Escala de C maior – C D E F G A B
    Campo Harmônico de C maior – C | Dm | Em | F | G | Am | Bm(b5)

    Coloque no backing o acorde de C e toque a escala inteira.

    Feito isso mude para o proximo acorde, o de Dm. Toque cada uma das notas da escala e entenda a sonoridade de cada relação, o que elas representam para você. Procure também variar as oitavas, o timbre, a dinâmica, o rítmo e as demais características que possam influenciar no resultado final.

    O segundo passo é colocar um backing track com uma sequência simples de acordes em 4 compassos, vou dar alguns exemplos:

    C | F | G | G

    C | Am | F | G

    C | G | F | F

    C | Dm | G | C

    Use um andamento lento pois assim você poderá resgatar as sensações que estabeleceu durante o primeiro exercício. Você irá perceber que algumas relações se intensificaram ou enfraqueceram por causa do contexto harmônico. Geralmente as notas que fazem parte da formação do acorde soam mais estáveis e as demais provocam um pouco ou bastante tensão. Se você tocar os arpejos de cada acorde estará representando melodicamente a progressão harmônica, que é um bom ponto de partida.

    Cada escala possui sua particularidade, algumas notas podem soar bem sobre determinados acordes, outras notas nem tanto. O contexto é sempre o principal fator. A escala maior, por exemplo, possui uma quarta justa que soa desagradável quando a mesma não está presente no acorde da base. Mas repousar nela quando for possível é interessante e cria um bom balanço melódico.

    Exemplo:

    Observe os seguintes acordes e as notas que fazem parte deles…

    C – possui as notas C E G
    G7 – possui as notas G B D F
    F – possui as notas F A C

    A escala de C maior possui as notas C D E F G A B e a nota F é a sua quarta.

    Sobre o acorde de C a nota F soará desagradável, pois ela não existe na formação do acorde.
    Sobre o acorde de G a nota F soará tensa, pois apesar de existir na formação do acorde ela representa uma nota de tensão (trítono).
    Sobre o acorde de F a nota F soará agradável, pois ela faz parte da formação do acorde.

    Então na progressão…

    C | G | F | F

    Use a escala de C maior mas evite repousar na nota F sobre o acorde de C. Use a nota com cautela sobre o acorde de G e repouse sobre o acorde de F.

    Esse tipo de movimento melódico cria interesse e faz a melodia soar bacana. Cada escala possui as suas “regras”, os seus jeitos e a melhor forma de descobrir as soluções é usando o seu próprio ouvido, pois se ele não aceita uma relação dificilmente você irá usá-la.

    em resposta a: Denis Warren – Guitarrista (Fusion) #1346

    Denis Warren
    Mestre

    Video onde toco a música “Warm Summer Rain” do meu album HIGH (2013) com os timbres do amplificador valvulado Meteoro MTH-G

     

    Música “Cold Fusion” do album DEEP:

    Música “A Whisper To My Soul” do ep – Ocean:

    Take de gravação da música “Silent Red Mountain” do album HIGH, versão dose tripla e 5 guitarras:

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