Felipe Coelho – Pentatônicas da Menor Melódica
Uma Abordagem Jazzística
Demorei alguns anos pra entender bem o sentido e a beleza que nos oferece a escala melódica. No decorrer do tempo, sempre pelo hábito de transcrever passagens de solos diversos que me atraíam por sua sonoridade, considerando também pianistas e saxofonistas, observei a existência de uma escala de sonoridade única, e em minha opinião, linda.
Antes de explicar essa escala, observemos que a escala melódica, em seus sete modos, oferece alternativas para todos (ou quase todos) os acordes. Para o acorde menor, temos a alternativa com 6a e 7a maior, encontrada no primeiro modo. Para o acorde maior, temos a alternativa com #5, encontrada no terceiro modo. Para os acordes dominantes temos as alternativas com #11, ou o dominante “alterado” (b9, #9, #11, #5) que encontramos no quarto e sétimo modo respectivamente. E para o meio diminuto, temos a alternativa com 9a natural, que se encontra no sexto modo. Em minha opinião pessoal, todas essas alternativas tem uma sonoridade sofisticada que eu procuro aplicar o máximo possível. Há também o segundo e sexto modos, dórico b9 e mixolídio b6, porém estes eu uso com menor freqüência.
Enfim, a sacada desta aula é a seguinte: Muitas vezes o que tenho observado é que a subtração de notas de uma escala tem um efeito de potencialização das notas que restam. No caso da escala melódica, para potencialização dos seus intervalos mais característicos, podemos, a partir do primeiro grau, extrair a tônica, e a quarta. Portanto, uma escala de lá menor melódica, pode ser utilizada apenas com as notas B, C, E, F#, e G#, tendo sido subtraídas as notas A e D (tônica e quarta). A partir deste conceito, devemos observar quais intervalos as notas A e D representam dentro dos outros modos. E aí teremos criado pentatônicas “melódicas” para cada um dos modos, potencializando a sonoridade melódica na perspectiva de cada natureza de acorde.
Tomando então os modos da escala de A melódica como ponto de partida, obteremos as seguintes pentatônicas para cada uma das naturezas de acorde:
Am6 Maj7 – 2 b3 5 6 7M
Cmaj7 (#5) – T 3 #4 #5 7M
D7#11 – 2 3 #4 6 7
F#m7b5(9) – T 2 4 b5 7
G#7 (alt) – T #9 3 #5 7
Os shapes uma vez descobertos para a primeira escala na realidade serão os mesmos para todos os outros modos, porém em cada situação de acorde, a tônica se encontrará em lugar diferente (as vezes omitida). Portanto aconselho não se preocupar em decorar os shapes, e sim localizá-los cada vez de acordo com os intervalos disponíveis dependendo da natureza de acorde onde for utilizar, assim já exercitando sua consciência dos intervalos e seus respectivos sons.
Divirtam-se!
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