Denis Warren – Modos Gregos da Diatônica Maior
Olá pessoal, a partir dessa aula estaremos falando sobre modos gregos, quais são as notas características de cada um, como construir riffs e licks modais e de que forma podemos harmonizar para entregar uma intenção modal específica. Recomendo saber os intervalos, formação de acordes e campo harmônico maior.
Introdução: Esse deve ser, definitivamente, um dos assuntos mais requisitados pelos músicos contemporâneos independente do estilo em que atuam, mas um dos que gera mais confusão acarretando em erros de aplicação. O entendimento do uso modal vai além do domínio teórico, trabalha com o subjetivismo da sensação musical e transcrever isso em palavras é árduo e em parte impossível. Nessa aula vamos destrinchar os modos gregos da origem a aplicação, dos desenhos ao fraseado e acima de tudo ganhar independência para poder pensar de forma modal.
Origem: O conceito modal nasceu na Grécia Antiga onde a música, dentre todas as manifestações artísticas, era considerada a mais relevante. A Doutrina do Ethos (afetos) dizia que a música tinha a capacidade de influenciar e modificar a natureza moral do homem e do estado e por essa razão era controlada pelo poder grego. Acreditava-se que ela tinha relação direta com a alma do homem, que manipulava a sua conduta moral, social e política e por isso fazia parte da educação e formação do cidadão livre esculpindo seu papel perante o estado.
Os gregos usavam um sistema chamado Tétracorde que era uma sequência de 4 notas compreendidas dentro de um intervalo de quarta justa onde as distâncias entre as notas podiam variar de ¼ de tom até 2 tons. Eram classificados em 3 gêneros:
Enarmônico: 2 intervalos de ¼ de tom mais um intervalo de terça maior.
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Esse intervalo de ¼ de tom soa desafinado para o nosso ouvido ocidental pois estamos acostumados a escutar apenas 12 notas (escala cromática) e não reconhecemos as notas intermediárias.
Cromático: 2 intervalos de ½ tom mais um intervalo de terça menor.
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Diatônico: 1 intervalo de ½ tom mais 2 intervalos de 1 tom.
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A escala grega era a soma de 2 desses tétracordes, observe abaixo o desenho com o gênero diatônico:
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A escala diatônica: é a base que usamos na música atual para a execução das sensações modais. Indícios apontam a existência da escala a mais de 45.000 anos mas foram os gregos antigos que a estudaram e lhe atribuiram as várias aplicações. Sem dúvida foi o gênero de escala que se popularizou e que construiu toda a base da música moderna ocidental.
A sua afinação foi alterada ao longo dos séculos e hoje usamos um sistema chamado “temperado” onde é possível tocar todas as tonalidades num único instrumento e soar agradável.
A Intenção Modal: Os gregos perceberam desde cedo que era possível tocar a escala diatônica de várias formas, enfatizando certas notas e conquistando um tipo de sensação musical. Quando a forma de tocar mudava a sensação também e para cada uma deram um nome de um povo grego ou vizinho asiático que correspondia a sensação.
- Jônico→ Do povo grego Jônico (Ionian).
- Dórico→ Do povo grego Dórico (Dorian).
- Frígio→ Do povo de Anatolia, os Frígios (Phrygian).
- Lídio→ Do povo de Anatolia, os Lídios (Lydian).
- Aeólio→ Do povo grego Eólio (Aeolian).
- Mixolídio→ Surge da mistura dos modos Dórico e Lídio.
- Lócrio→ É um modo moderno caracterizando a inversão que faltava da escala diatônica.
Durante a idade média os modos gregos eram empregados principalmente na música litúrgica. Os compositores deram preferência a 2 modos, o Jônico (maior) e o Aeólio (menor) que traziam sensações opostas, e os demais foram aos poucos deixando de ser usados.
Foi com o início do barroco que se tem início ao conceito de tonalidade com o maior e o menor. Mas somente depois do período clássico e romântico que a tonalidade se consolida deixando praticamente de lado a doutrina modal.
O seu resgate vem através da música regional em estilos como o nordestino no Brasil, o blues e jazz na América e Inglaterra e canções folclóricas de vários países europeus e resto do mundo. Hoje temos um entrelaçamento entre tonalidade e intenção modal com músicas ou cadências tonais com ênfase modal.
A subjetividade da sensação modal:
Tocar modal não é restrito apenas a escolha da escala que será usada em cima de um acorde, mas da forma com que o fraseado é construído usando essa escala. Quais as notas que serão enfatizadas, quais os momentos de repouso e como a melodia será desenvolvida no intuíto de capturar uma sensação, um tipo de sonoridade característica.
Como a experiência musical é subjetiva, cada pessoa sente e interpreta de forma diferente, ao estudar modos gregos você deverá em primeiro lugar entender o que cada modo grego representa para você. Como você percebe os sons e de que forma entende as relações. Para isso proponho um exercício:
Escute músicas em cada um dos modos e tente descrever em palavras o que a sonoridade sugere. Use termos que te façam lembrar da sensação como indicações de emoção, cor, temperatura, peso, ou mesmo épocas da sua vida, pessoas, outras músicas ou estilos.
Tente achar ao menos 3 ou 4 palavras para descrever cada uma das sensações e complete o quadro abaixo:
Algumas sugestões de músicas para o exercício acima:
Jônico
- Twist and Shout (The Beatles)
- Garota de Ipanema (Tom Jobim) aos 25s aproximadamente.
- A Foggy Day (Gershwin)
Dórico
- Oye Como Va (Tito Puente na versão do Santana)
- A Horse With No Name (America)
- Afro Blue (Ramón Mongo Santamaria)
Frígio
- Would (Alice in Chains)
- For the Love of God (Steve Vai)
- Remember Tomorrow (Iron Maiden)
Lídio
- Lanterna dos Afogados (Paralamas do Sucesso)
- Flying in a Blue Dream (Joe Satriani)
- The Real Guitarist (Steve Kuhn)
Mixolídio
- Vem Morena (Luís Gonzaga)
- Sweet Home Alabama (Lynyrd Skynyrd)
- All Blues (Miles Davis)
Aeólio
- All Along The Watchtower (Bob Dylan na versão do Jimi Hendrix)
- Fear of The Dark (Iron Maiden)
- Comfortably Numb (Pink Floyd)
Lócrio
- Intro de Enter Sandman (Metallica)
- Riff do início de Painkiller (Judas Priest)
- Riff do início de Symptom of the Universe (Black Sabbath)
Abaixo você encontra os termos mais usados para definir cada uma das intenções modais:
Lembre contudo que cada pessoa tem uma relação única com música e a forma com que cada sonoridade é interpretada é empírica e subjetiva. Se você preencheu o quadro e suas respostas são contrárias ao comum não se preocupe, pois quando for improvisar o importante é conseguir resgatar a sensação modal através das definições que funcionaram para você.
A Caracterização do Som Modal – Quanto maior for o número de relações que conseguirmos estabelecer para cada um dos modos, maior será o controle da sensação no momento do improviso ou composição musical. É fundamental que você não se limite aos termos racionais ou a estruturação da teoria, mas que compreenda cada modo de forma intuitiva associando com outros tipos de caracterizações do dia-a-dia, como:
- As 7 cores do arco-iris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta).
- Os 7 dias da semana (segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo).
- Os 7 anões (Soneca, Zangado, Atchim, Feliz, Dengoso, Dunga e Mestre).
- Os 7 pecados capitais (vaidade, avareza, ira, preguiça, luxúria, inveja e gula).
- As 7 artes (música, pintura, escultura, teatro, literatura, dança e cinema).
Esses tipos de relações intuitivas permitem que a construção da sonoridade modal tenha vínculo com a sua origem, ao que inicialmente foi proposto. Entendendo que música não é apenas o domínio das relações entre notas, acordes e linguagem mas que é um veículo de estímulo para todas as nossas virtudes, que aproxima o consciente do inconsciente, que resgata a lembrança como forma de compreendermos o presente.
Exercício: Faça abaixo a associação de cada modo com uma cor:
Preencha a tabela abaixo com as suas caracterizações:
Abaixo a tabela com as minhas relações subjetivas:
Os Modos como inversão da Escala Diatônica: Podemos pensar que cada modo grego é uma inversão da escala diatônica (maior), onde mudamos o ponto de partida e a relação intervalar entre cada um dos seus graus. Observe abaixo:
Escala diatônica (maior) de Dó: C D E F G A B
Jônico: Será a escala diatônica começando na primeira nota…
Fazendo a análise da relação intervalar temos:
Para preservar a sonoridade do Jônico temos que cuidar de certos aspectos que são fundamentais para a definição da intenção modal. A nota Dó será a tônica, o ponto de partida, onde tudo está apoiado ajudando a reforçar o Dó como centro desse modo. Isso quer dizer que o primeiro acorde da música deverá ter Dó como tônica, ou se for apenas uma melodia a primeira nota deverá preferencialmente ser Dó. Outra característica marcante é a terça maior da escala (2 tons acima da tônica), a nota Mi, que define o Jônico como uma escala maior.
Agora enfatizar apenas as notas Dó e Mi pode causar ambiguidade já que outras escalas maiores possuem essas 2 notas dentro da sua formação, observe:
G maior: G A B C D E F#
F maior: F G A Bb C D E
Então para definir com clareza que estamos usando a escala diatônica de Dó precisamos incluir dentro da música a nota Fá que descarta a escala de G maior (que tem F#), e a nota B que descarta a escala de F maior (que tem Bb).
Essas 2 notas (F e B) formam o trítono (intervalo de 3 tons) da escala maior, que é um intervalo com muita tensão, então não deverão ser usadas juntas sobre o acorde de C, que deverá sempre passar a sensação de estabilidade e repouso. Por outro lado é interessante o uso dessas 2 notas sobre outro acorde da música para criar contraste e movimento.
Dórico: Será a escala diatônica começando na segunda nota…
Fazendo a análise da relação intervalar temos:
Se você observar as notas da escala de D Dórico irá perceber que são as mesmas da escala de C Jônico, a única mudança é a inversão, ou seja, o ponto de partida da escala. Se as notas forem tocadas aleatoriamente fica muito difícil separar a sonoridade de ambos os modos pois eles possuem as mesmas notas. Por isso é importante saber quais notas deverão ser enfatizadas para mudar a sensação sonora. No caso do Dórico o ponto de partida agora é a nota Ré, então o primeiro acorde da música deverá ter a nota Ré como sua tônica e tudo girar em torno dessa tônica.
Nosso ouvido também costuma perceber de forma direta a terça da escala (nota Fá), que nesse caso fica a 1 tom e meio da tônica – terça menor. Podemos dizer então que o Dórico é uma escala menor.
Agora, as notas Ré e Fá também existem em outras 2 escalas maiores, observe:
F maior: F G A Bb C D E
Bb maior: Bb C D Eb F G A
Então para acabar com essa ambiguidade, ao tocar a intenção D Dórico deveremos incluir as notas B, excluindo assim a escala de F maior (que tem Bb), e a nota E, excluindo a escala de Bb maior (que tem Eb).
Frígio: Será a escala diatônica começando na terceira nota…
Fazendo a análise da relação intervalar temos:
A mesma lógica se aplica quando queremos definir a sonoridade do Frígio. Iremos usar a escala diatônica de Dó tendo a nota Mi como o ponto de partida, a tônica do modo. Sua terça está a 1 tom e meio acima da tônica (nota Sol), então é uma terça menor definindo o Frígio como uma escala menor.
As notas Mi e Sol também existem em outras 2 escalas maiores, observe:
G maior: G A B C D E F#
D maior: D E F# G A B C#
Então para o Frígio enfatizamos também a nota F, excluindo assim a escala de G maior (que tem F#), e a nota C, excluindo a escala de D maior (que tem C#).
Lídio: Será a escala diatônica começando na quarta nota…
Fazendo a análise da relação intervalar temos:
Primeira nota característica: A tônica do modo, ou seja, a nota Fá.
Segunda nota característica: A terça da escala, a nota Lá que fica 2 tons acima da tônica (terça maior), definindo o Lídio como uma escala maior.
As demais notas características: São as notas que deixam claro que estamos usando a escala diatônica de Dó, então por comparação temos:
F maior: F G A Bb C D E
Bb maior: Bb C D Eb F G A
Enfatizar a nota B descarta a escala de F maior (que tem Bb), e enfatizar a nota E descarta a escala de Bb maior (que tem E).
Mixolídio: Será a escala diatônica começando na quinta nota…
Fazendo a análise da relação intervalar temos:
Primeira nota característica: A tônica do modo, ou seja, a nota Sol.
Segunda nota característica: A terça da escala, a nota Si que fica 2 tons acima da tônica (terça maior), definindo o Mixolídio como uma escala maior.
As demais notas características: São as notas que deixam claro que estamos usando a escala diatônica de Dó, então por comparação temos:
G maior: G A B C D E F#
D maior: D E F# G A B C#
Enfatizar a nota F descarta a escala de G maior (que tem F#), e enfatizar a nota C descarta a escala de D maior (que tem C#).
Aeólio: Será a escala diatônica começando na sexta nota…
Fazendo a análise da relação intervalar temos:
Primeira nota característica: A tônica do modo, ou seja, a nota Lá.
Segunda nota característica: A terça da escala, a nota Dó que fica 1 tom e meio acima da tônica (terça menor), definindo o Aeólio como uma escala menor.
As demais notas características: São as notas que deixam claro que estamos usando a escala diatônica de Dó, então por comparação temos:
F maior: F G A Bb C D E
G maior: G A B C D E F#
Enfatizar a nota B descarta a escala de F maior (que tem Bb), e enfatizar a nota F descarta a escala de G maior (que tem F#).
Lócrio: Será a escala diatônica começando na sétima nota…
Fazendo a análise da relação intervalar temos:
Primeira nota característica: A tônica do modo, ou seja, a nota Si.
Segunda nota característica: A terça da escala, a nota Ré que fica 1 tom e meio acima da tônica (terça menor), definindo o Lócrio como uma escala menor.
As demais notas características: São as notas que deixam claro que estamos usando a escala diatônica de Dó, então por comparação temos:
G maior: G A B C D E F#
D maior: D E F# G A B C#
Enfatizar a nota F descarta a escala de G maior (que tem F#), e enfatizar a nota C descarta a escala de D maior (que tem C#).
Observe na tabela abaixo as notas características de cada um dos modos:
Como conseguir a sonoridade de cada modo grego? Basta mudar a forma de tocar a escala diatônica enfatizando as notas características necessárias para cada intenção modal.
Observe a escala de C maior (diatônica): C D E F G A B
Existem pelo menos 7 maneiras diferentes de tocar a escala acima, cada uma terá uma sonoridade particular a qual damos o nome grego respectivo.
Jônico→ Quer dizer tocar a escala de C maior enfatizando as notas C, E, F e B da escala. O primeiro acorde da base terá que ter a tônica C e tudo gira em torno dessa tônica.
Dórico→ Quer dizer tocar a escala de C maior enfatizando as notas D, E, F e B da escala. O primeiro acorde da base terá que ter a tônica D e tudo gira em torno dessa tônica.
Frígio→ Quer dizer tocar a escala de C maior enfatizando as notas E, F, G e C da escala. O primeiro acorde da base terá que ter a tônica E e tudo gira em torno dessa tônica.
Lídio→ Quer dizer tocar a escala de C maior enfatizando as notas F, A, B e E da escala. O primeiro acorde da base terá que ter a tônica F e tudo gira em torno dessa tônica.
Mixolídio→ Quer dizer tocar a escala de C maior enfatizando as notas G, B, C e F da escala. O primeiro acorde da base terá que ter a tônica G e tudo gira em torno dessa tônica.
Aeólio→ Quer dizer tocar a escala de C maior enfatizando as notas A, B, C e F da escala. O primeiro acorde da base terá que ter a tônica A e tudo gira em torno dessa tônica.
Lócrio→ Quer dizer tocar a escala de C maior enfatizando as notas B, C, D e F da escala. O primeiro acorde da base terá que ter a tônica B e tudo gira em torno dessa tônica.
Abaixo a tabela comparando as notas caracteísticas de cada modo:
Para qualquer outra escala maior mantemos os mesmos graus para cada nota característica:
Jônico→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 3, 4 e 7 tendo como tônica a nota 1.
Dórico→ Será a escala maior enfatizando as notas 2, 3, 4 e 7 tendo como tônica a nota 2.
Frígio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 3, 4 e 5 tendo como tônica a nota 3.
Lídio→ Será a escala maior enfatizando as notas 3, 4, 6 e 7 tendo como tônica a nota 4.
Mixolídio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 4, 5 e 7 tendo como tônica a nota 5.
Aeólio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 4, 6 e 7 tendo como tônica a nota 6.
Lócrio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 2, 4 e 7 tendo como tônica a nota 7.
Exemplo: Quais os modos da escala de A maior e suas notas características?
Escala de A maior→ A B C# D E F# G#
Jônico→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 3, 4 e 7 tendo como tônica a nota 1.
Então tocaremos a escala de A maior enfatizando as notas A, C#, D e G#. A tônica do modo será a nota 1, ou seja, a nota A. Esse modo será chamado de A Jônico, pois a nota A é a tônica.
Dórico→ Será a escala maior enfatizando as notas 2, 3, 4 e 7 tendo como tônica a nota 2.
Então tocaremos a escala de A maior enfatizando as notas B, C#, D e G#. A tônica do modo será a nota 2, ou seja, a nota B. Esse modo será chamado de B Dórico, pois a nota B é a tônica.
Frígio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 3, 4 e 5 tendo como tônica a nota 3.
Então tocaremos a escala de A maior enfatizando as notas A, C#, D e E. A tônica do modo será a nota 3, ou seja, a nota C#. Esse modo será chamado de C# Frígio, pois a nota C# é a tônica.
Lídio→ Será a escala maior enfatizando as notas 3, 4, 6 e 7 tendo como tônica a nota 4.
Então tocaremos a escala de A maior enfatizando as notas C#, D, F# e G#. A tônica do modo será a nota 4, ou seja, a nota D. Esse modo será chamado de D Lídio, pois a nota D é a tônica.
Mixolídio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 4, 5 e 7 tendo como tônica a nota 5.
Então tocaremos a escala de A maior enfatizando as notas A, D, E e G#. A tônica do modo será a nota 5, ou seja, a nota E. Esse modo será chamado de E Mixolídio, pois a nota E é a tônica.
Aeólio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 4, 6 e 7 tendo como tônica a nota 6.
Então tocaremos a escala de A maior enfatizando as notas A, D, F# e G#. A tônica do modo será a nota 6, ou seja, a nota F#. Esse modo será chamado de F# Aeólio, pois a nota F# é a tônica.
Lócrio→ Será a escala maior enfatizando as notas 1, 2, 4 e 7 tendo como tônica a nota 7.
Então tocaremos a escala de A maior enfatizando as notas A, B, D e G#. A tônica do modo será a nota 7, ou seja, a nota G#. Esse modo será chamado de G# Lócrio, pois a nota G# é a tônica.
Podemos afirmar que as escalas de:
A Jônico = B Dórico = C# Frígio = D Lídio = E Mixolídio = F# Aeólio = G# Lócrio
Todas possuem as mesmas notas. O que muda é a forma de tocar a escala, em cada modo temos uma tônica diferente e enfatizamos notas diferentes.
Abaixo as equivalências para todas as escalas maiores:
Enfatizando uma nota: Existem várias formas de enfatizar uma nota, vou citar algumas:
- Começando pela nota.
- Terminando na nota.
- Colocando a nota como mais aguda de uma frase.
- Colocando a nota como mais grave de uma frase.
- Colocando a nota nos tempos fortes.
- Tocando a nota mais vezes.
- Tocando a nota com mais volume.
- Usar a nota como pedal (sempre voltando para ela).
- Fazendo ela soar mais tempo que as outras.
Riffs em cada um dos modos
Jônico
Identificando a escala: Encontramos no riff, 6 notas diferentes, elas são…
C# D E G# A B
A única escala maior que possui essas notas é a de A maior, podemos concluir então que mesmo sem a presença da nota Fá, se essa nota aparecesse teria que ter um sustenido para respeitar a formação da escala, que é:
A B C# D E F# G#
Encontrando a tônica do modo: Observe que a quinta corda solta aparece inúmeras vezes nesse riff, inclusive nos tempos fortes de cada compasso. Esse bordão que faz o papel de baixo no riff é a nota Lá que também está presente em outras oitavas. Observando as 4 notas mais agudas iniciais notamos que 3 delas são A e na maioria das duplas a nota mais grave também é a A (observe as notas em vermelho na figura abaixo). Podemos dessa forma afirmar que a tônica é a nota A pois tudo depende e está girando em torno dela.
Se a escala usada é A maior e a tônica do modo é A então a intenção usada é A Jônico. Observe a ênfase nas demais notas características:
Jônico→ Será a escala de A maior enfatizando as notas A, C#, D e G#, tendo A como tônica. No riff essas notas são mais utilizadas que as demais da escala. As notas G# e D estão nas pontas da melodia.
A Tônica A move-se meio tom até a nota G# que depois retorna para A.
A melodia se move para o agudo até a nota D, depois muda de direção enfatizando a nota.
Dórico
Identificando a escala: Nesse riff temos um cromatismo que pode complicar um pouco na hora de definir a escala exata. A primeira nota é A, a mais grave de um padrão fixo de arpejo onde a nota do baixo cai cromaticamente até F#. As duas notas da ponta (A e F#) fazem parte da escala, a dúvida é se o cromatismo fica entre as notas A e G, com o G# definido como nota cromática, ou se fica entre G# e F#, com o G definido como a nota cromática.
Se observarmos o ciclo da quintas a ordem do aparecimento dos sustenidos é F#, depois C#, depois G#. Como temos um C natural no riff podemos deduzir que o G também terá que ser natural. Outra forma de reafirmar essa idéia é o último cromatismo do riff que vai de G para A, onde a nota G está na ponta e não no meio. Então a nota G# é descartada da análise sendo considerada apenas uma nota de passagem cromática.
Temos então as notas…
C E F# G A
A escala maior que tem F# e C é a de G maior, que possui as notas:
G A B C D E F#
Encontrando a tônica do modo: A primeira nota do riff é A, que é a tônica do arpejo que segue, o de Am. O último cromatismo faz um retorno a nota A que reforça essa nota como tônica do modo.
Dórico→ Será a escala de G maior enfatizando as notas A, B, C e F# tendo A como tônica. Apesar da nota B não existir no riff temos a ênfase nas notas características mais importantes para o som desse modo:
Nota C – terça menor de A caracterizando a escala como menor.
Nota F# – Sexta maior de A colocada na ponta da melodia.
Frígio
Identificando a escala: Encontramos no riff, 5 notas diferentes, elas são…
C D E F B
Apesar de termos apenas 5 notas é possível definir a escala facilmente pois 2 dessas notas são o trítono da escala (3 tons). A distância entre a nota F e B é de 3 tons, assim como a distância entre B e F. Um trítono é sempre exclusivo de uma escala maior específica, não será encontrado em outra, e sempre ocorrerá entre a quarta e sétima nota da escala.
Se o nosso trítono ocorre entre as notas F e B podemos afirmar que a escala usada é a de C maior, mesmo sem a presença das notas G e A.
C D E F G A B
Encontrando a tônica do modo: Esse riff começa com um powerchord de E5, que imprime a tonacidade da nota E, que também é utilizado como bordão pedal. Os ligados mudam mas existe um constante retorno a nota E, que também é a mais grave do riff.
Frígio→ Será a escala de C maior enfatizando as notas C, E, F e G tendo E como tônica. Uma das características mais marcantes do frígio é o intervalo de segunda menor partindo da tônica (entre E e F). Essa relação aparece bem marcada já na entrada do riff e na sua conclusão.
Lídio
Identificando a escala: Esse é um riff baseado no acorde de D, que aparece em pequenos fragmentos. No primeiro compasso temos as notas D e sua terça maior, o F#, com um baixo em D. O mesmo padrão se mantém nos compassos seguintes apenas com a alteração da nota mais aguda da melodia. No segundo compasso o F# é trocado por G# e nos últimos 2 compassos muda para A que é a quinta do acorde de D. A única nota que não pertence a essa tríade é o G#, que faz um intervalo de 3 tons (trítono) com a nota D.
D F# G# A
Como vimos no riff anterior o trítono só acontece entre a quarta e sétima notas da escala maior, então deduzimos diretamente que a escala é A maior.
A B C# D E F# G#
Encontrando a tônica do modo: Como tudo gira em torno da tríade de D e a nota pedal do baixo também é D, podemos afirmar que a tônica é D.
Lídio→ Será a escala de A maior enfatizando as notas C#, D, F# e G# tendo D como tônica. A construção desse riff é bem direta e entrega claramente a intenção Lídio pois temos a tonacidade da nota D que aparece quase de forma exclusiva (observe as notas em vermelho no desenho abaixo), a afirmação do Lídio como escala maior no primeiro compasso (D e F#) e a quarta aumentada (G#) definindo através do trítono a escala de A maior.
Mixolídio
Identificando a escala: É fácil e direto identificar a escala desse riff pois todas as 7 notas são utilizadas…
C D E F G A B
Como nenhuma nota está alterada (sustenido ou bemól) deduzimos que a escala é C maior.
Encontrando a tônica do modo: Apesar da escala ser C maior, a nota C tem um papel secundário nesse riff, usada poucas vezes e geralmente como nota de passagem. As primeiras notas formam um acorde de G maior e a nota G é tocada no primeiro tempo de ambos os compassos. Todas as idéias melódicas também giram em torno da nota reforçando a sua importância na construção da sonoridade modal do riff.
Mixolídio→ Será a escala de C maior enfatizando as notas C, F, G e B tendo G como tônica. Observe como as demais notas características do Mixolídio são enfatizadas sendo colocadas nas pontas das melodias, em tempos fortes ou no baixo. A nota F se relaciona com a nota B definindo o trítono e por consequência a escala utilizada.
Aeólio
Identificando a escala: Esse riff é composto por 7 notas que definem a sua escala…
C D E F G A Bb
Uma única nota é alterada, o Bb, então a escala usada é a de F maior:
F G A Bb C D E
Encontrando a tônica do modo: O primeiro acorde desse riff é o Dm e a nota D é usada como baixo pedal ao longo de quase toda a construção, apenas nos últimos 2 tempos que muda para Bb. Se analisarmos cada acorde tocado temos a seguinte disposição harmônica:
- Acorde 1→ Dm
- Acorde 2→ Dm7(11) ou C4/D
- Acorde 3→ C/D
- Acorde 4→ Bb7M/D
- Acorde 5→ Gm7/D
- Acorde 6→ Gm7(11) /Bb
Com excessão do último acorde a nota D está presente na formação de todos os outros se firmando como a tônica desse modo.
Aeólio→ Será a escala de F maior enfatizando as notas F, Bb, C e D tendo D como tônica. Um clichê harmônico desse modo é a cadência ( VI-V-IV ) que é usada nesse riff: Dm C | Bb Gm , com uma variação no final que é o acorde de Gm, substituto do Bb.
Lócrio
Identificando a escala: A primeira relação intervalar que acontece nesse riff é o trítono entre o bordão E e a nota Bb do powerchord da quinta corda. Como vimos anteriormente o trítono define a escala maior, que nesse caso é a de F:
F G A Bb C D E
Encontrando a tônica do modo: Esse riff está construído num compasso de 7 que pode ser analisado como um compasso de 4 mais um compasso de 3 tempos…
7/4 = 4/4 + 3/4 ou…
7/4 = 3/4 + 4/4 ou…
7/4 = 2/4 + 3/4 + 2/4.
É possível perceber a divisão em 4 + 3 já que a construção do riff muda de uma disposição sincopada nos primeiros 4 tempos para uma marcação forte de acordes nos últimos 3 tempos do compasso. Enquanto a primeira parte define a sonoridade modal, a segunda parte é mais livre, trabalha em oposição a intenção anterior procurando equilibrar a tensão.
Nos primeiros quatro tempos temos a criação da referência sonora com os acentos da nota E, ganhando a função de tônica já que é o ponto de partida para todo o contraste que procede.
Lócrio→ Será a escala de F maior enfatizando as notas F, G, Bb e E tendo E como tônica. Apesar do riff não ter a nota G, todas as outras notas características estão presentes e bem marcadas.
Licks em cada um dos modos
Jônico
Identificando a escala: Quando fazemos a análise das notas que fazem parte de um lick devemos levar em conta inclusive as notas de chegada de cada bend. Esse lick começa com um bend na nota D de 1 tom (full), fazendo o pitch (afinação) da nota subir para E. Os outros bends são:
- Nota F + 1 tom = Nota G
- Nota C + 1 tom = Nota D
- Nota D + 1 tom = Nota E
- Nota E + ½ tom = Nota F
- Nota B + ½ tom = Nota C
Esse lick possui as notas:
C D E F G A B
Podemos afirmar então que a escala utilizada é a de C maior.
Encontrando a tônica do modo: Quando o ataque do bend é rápido analisamos a nota de chegada, ela que estará sendo enfatizada. A primeira nota da melodia é a E que move-se de forma ascendente para F e depois G. Quando atinge a nota G a melodia muda de direção descendo para F, depois E, e repousa na nota D (através do bend de 1 tom da nota C). Percebemos nesse fragmento melódico que a nota F é utilizada como passagem, e as notas E e G são enfatizadas. Os modos que usam a quarta justa do tom dessa maneira são o Jônico e o Aeólio.
No segundo compasso temos um arpejo de C7M(13) ou Am7(9). Como a nota A aparece apenas uma vez nesse arpejo podemos quase desconsiderar a sua importância para a sonoridade desse trecho trazendo a nomenclatura em favor do C7M.
Observando a melodia podemos dizer então que a tônica é C e a intenção modal é C Jônico, mas tudo irá depender da relação de cada nota do fraseado com os acordes da base. Então de que forma você colocaria a harmonia nesse lick para que a intenção fosse em definitivo C Jônico?
Lembre de usar apenas os acordes do campo harmônico de C maior e as tensões disponíveis para cada grau:
Dórico
Identificando a escala: O lick acima usa as seguintes notas…
C D E F# G A B
Como tem apenas uma alteração, na nota F#, podemos deduzir que a escala utilizada é a de G maior.
G A B C D E F#
Encontrando a tônica do modo: A primeira nota desse lick é a F# articulada através do bend de 1 tom da nota E. No final do primeiro compasso temos uma síncopa onde a nota C é enfatizada através do deslocamento do acento métrico. Logo depois temos a conclusão dessa parte da frase na nota A.
O final do lick é composto de uma frase rápida tocada usando tappings e saltos de corda. A primeira nota é a C e temos as seguintes ênfases melódicas:
- Nota inicial→ C
- Nota mais aguda da frase→ F#
- Mudança de corda→ A
- Nota mais aguda na terceira corda→ C
- Nota final→ C
Apesar da escala utilizada ser a de G maior as notas enfatizadas são A, C e F#, o que caracteriza o modo Dórico. Mesmo assim o fortalecimento dessa intenção modal só acontece com a interação da melodia com os acordes da base. Então de que forma você colocaria a harmonia nesse lick para que a intenção fosse em definitivo A Dórico?
Lembre de usar apenas os acordes do campo harmônico de G maior e as tensões disponíveis para cada grau:
Frígio
Identificando a escala: O lick acima usa as seguintes notas…
C D E F G A Bb
Como tem apenas uma alteração, na nota Bb, podemos deduzir que a escala utilizada é a de F maior.
F G A Bb C D E
Encontrando a tônica do modo: O lick começa com um release bend onde a nota E desce um tom para a nota D, que depois volta para a nota E, que é articulada novamente na primeira corda. No início do terceiro compasso temos o ataque de um bend no tempo 1 – nota A, que se move para Bb, depois C, retornando para a nota A. No quinto compasso temos 2 arpejos, o de Am7 e o de Bb7M(9) enfatizando as notas A, C e Bb. Essas mesmas 3 notas aparecem no início do proximo compasso também no tempo forte. No último compasso temos a nota C como a mais aguda e como nota final.
Essa ênfase nas notas A, Bb, C, E e o uso da escala de F maior caracterizam o modo de A Frígio. Esse tipo de delineamento usando os graus 3, 4 e 5 da escala maior é um clichê do modo, onde a nota A é a tônica, o Bb é a segunda menor (tensão característica do frígio) e a nota C é a terça, que define o modo como menor. A nota E é a quinta justa do modo de A Frígio, mas é a sétima da escala de F maior, e a sua ênfase fortalece a tonicidade da nota A.
O fortalecimento dessa intenção modal só acontece com a interação da melodia com os acordes da base. De que forma você colocaria a harmonia nesse lick para que a intenção fosse em definitivo A Frígio?
Lembre de usar apenas os acordes do campo harmônico de F maior e as tensões disponíveis para cada grau:
Lídio
Identificando a escala: O lick acima usa as seguintes notas…
C# D# E F# G# A B
A escala maior que possui 4 sustenidos é a de E maior:
E F# G# A B C# D#
Encontrando a tônica do modo: A melodia começa numa tessitura grave, a nota A da quinta corda. Geralmente esse tipo de abordagem melódica é feita de forma condicional, pois se a nota grave da melodia não for compatível com o acorde da base criará uma dissonância indesejada soando possivelmente como um erro de execução. Como a nota A é a quarta justa da escala e só funciona sobre os acordes dos quais ela faz parte da formação, podemos descartar o primeiro grau Jônico e sexto grau Aeólio.
O primeiro intervalo da melodia é uma quarta aumentada (entre as notas A e D#), característico do Lídio, e a ênfase nesse intervalo ocorre várias vezes ao longo do lick. Observe a colocação da nota D# nos tempos fortes no início do segundo e quarto compasso.
No compasso 6 temos um movimento melódico interessante com arpejos que seguem o campo harmônico de E maior numa sequência linear: E→ F#m→ G#m→ A, o que enfatiza a escala que está sendo utilizada e direciona a melodia para o quarto grau (A), tônica do modo – A Lídio.
O fortalecimento dessa intenção modal só acontece com a interação da melodia com os acordes da base. De que forma você colocaria a harmonia nesse lick para que a intenção fosse em definitivo A Lídio?
Lembre de usar apenas os acordes do campo harmônico de E maior e as tensões disponíveis para cada grau:
Mixolídio
Identificando a escala: O lick acima usa as seguintes notas…
C# D E F# G A B
A escala maior que possui 2 sustenidos é a de D maior:
D E F# G A B C#
Encontrando a tônica do modo: Observe que a nota da entrada desse lick é a mesma nota da sua conclusão, o C# executado através do bend de 1 tom da nota B (casa 4 e casa 16). A melodia no primeiro compasso se desloca dessa nota C# até a nota A, que é reafirmada na oitava abaixo no início do segundo compasso.
Logo depois temos uma frase com um vínculo melódico (repetição da mesma idéia) enfatizando as notas A, G, C# e D que são as notas características do mixolídio. O acorde que representa o modo é o quinto grau do campo harmônico de D maior, o A7, maior com a sétima menor. Todo o lick gira em torno das notas desse acorde enfatizando cada uma nas pontas da melodia.
O arpejo com string skipping usa as notas do acorde de A7 e a escala da conclusão do lick parte da sétima desse arpejo e termina na sua terça. Podemos afirmar que toda a melodia foi construída usando o apoio no quinto grau com tônica em A, sinônimo de mixolídio.
O fortalecimento dessa intenção modal só acontece com a interação da melodia com os acordes da base. De que forma você colocaria a harmonia nesse lick para que a intenção fosse em definitivo A Mixolídio?
Lembre de usar apenas os acordes do campo harmônico de D maior e as tensões disponíveis para cada grau:
Aeólio
Identificando a escala: O lick acima usa as seguintes notas…
C# D E F# G A B
A escala maior que possui 2 sustenidos é a de D maior:
D E F# G A B C#
Encontrando a tônica do modo: No primeiro compasso temos um arpejo de Bm7 com algumas notas de passagem e a nota B é enfatizada novamente na entrada do segundo compasso. A melodia que segue após o bend usa uma corda solta, a nota B, enfatizada naturalmente por ser a nota mais grave da frase. A última nota desse compasso é a primeira de uma descida de escala que passa por F#→ E→ D que se conecta a mais um arpejo de Bm. Como todas essas construções melódicas ocorreram nos compassos fortes da cadência, o primeiro e o terceiro, podemos afirmar que a tônica do modo é B.
No quarto compasso temos 2 arpejos, o primeiro de A e o segundo de G, respectivos quarto e quinto graus do campo harmônico. Como a última nota da melodia é o F# (através do bend de 1 tom da nota E), podemos dizer que no último compasso temos o acorde de Bm com o repouso da quinta justa da melodia, enfatizado pelo movimento harmônico clichê do Aeólio, o IV→ V→ Vi : G→ A→ Bm.
O fortalecimento dessa intenção modal só acontece com a interação da melodia com os acordes da base. De que forma você colocaria a harmonia nesse lick para que a intenção fosse em definitivo B Aeólio?
Lembre de usar apenas os acordes do campo harmônico de D maior e as tensões disponíveis para cada grau:
Lócrio
Identificando a escala: O lick acima usa as seguintes notas, identificadas pela armadura de clave…
C Db Eb F G Ab Bb
A escala maior que possui 4 bemóis é a de Ab maior:
Ab Bb C Db Eb F G
Encontrando a tônica do modo: Temos no início dessa melodia um arpejo de Gm7(b5) e apesar de utilizar a nota Eb, que não faz parte da sua formação, essa nota está colocada nos tempos fracos do fraseado indicando que é apenas usada como passagem.
A dissonância provocada pelo arpejo é elevada e característica do sétimo grau do campo harmônico com tônica em G, sinônimo de Lócrio.
No início do terceiro compasso a melodia conecta um arpejo de Eb7 com mais um arpejo de Gm7(b5), evidenciando a quinta diminuta que é o principal intervalo característico do Lócrio. A tensão percorre todo o lick e só é aliviada em alguns pontos mais lentos onde a sonoridade da pentatônica de Cm7 cria contraste buscando balanço e equilíbrio.
O fortalecimento dessa intenção modal só acontece com a interação da melodia com os acordes da base. De que forma você colocaria a harmonia nesse lick para que a intenção fosse em definitivo G Lócrio?
Lembre de usar apenas os acordes do campo harmônico de Ab maior e as tensões disponíveis para cada grau:
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