Analise harmonica da musica Stair Way to Heaven
Este tópico contém resposta, possui 2 vozes e foi atualizado pela última vez por Denis Warren 9 anos, 12 mes atrás.
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outubro 4, 2014 às 3:16 pm #2194
Não entendo bem a harmonia desta musica e de muitas outras
Eu conheço o campo harmonico e modos gregos e as escalas menores mas ainda tenho alguma dificuldade a criar harmonias ou entender harmonias nas musicas.A musica stair way to heaven é um exemplo
suponho que esteja em A menor (modo eolio) depois pelo que parece passa pelo modo dorico. Entendo que é um cromatismo descendente , mas nao entendo as fuções nesta musica e tambem nao percebo como a harmonia soa tão bem se usa notas de pelo menos 2 modos…Acordes : Am E5+/G# C/G D/F# F7M G/B Am
C D F7M Am C G D4 DMuito obrigado pela ajuda amigo
novembro 26, 2014 às 3:37 pm #2244Olá Slash.
Tom menor é diferente de modo. Quando dizemos que a música está em Am estamos designando tonalidade. Quando falamos Am eólio estamos designando modalidade ou uma intenção modal pontual, em um dado momento. Uma música pode estar num tom, num modo, ou variações dentro desses dois conceitos. Pode ser tonal mas ter momentos modais, ou ser modal e transitar entre diferentes modos.
Observe a cadência abaixo:
C | G | Ab | G | C
O tom é o de C maior.
O acorde de Ab é um empréstimo modal.
A passagem Ab | G enfatiza uma sonoridade Frígia. Chamamos essa cadência de: Frígia dentro de uma estrutura tonal.Outra cadência:
Dm7 | G | Dm7 | G
Essa cadência é modal originada do campo harmônico da escala de C maior (podemos inclusive dizer que esses acordes vem do campo harmônico de D Dórico). Se for aplicada em boa parte da música caracteriza modalismo, pois além de ter uma estrutura simples, não tem compromisso com a tônica da escala tonal, a nota C.
Um exemplo da relação escala X acorde:
C7M(9) | Dm7(11) | G7 | C7M
Usando sobre o acorde de C7M(9) a escala de C maior (tonal).
Usando sobre o acorde de Dm7(9) a escala de C maior enfatizando as notas D, F e B (modal dórico).
Usando sobre o acorde de G7 a escala de C menor harmônica (modal Frígio maior ou tonal homônimo).
Usando sobre o acorde de C7M a escala de G maior (modal lídio).Apesar da cadência ser tonal, as aplicações melódicas entregam diferentes intenções modais. Aqui a aplicação das escalas carrega a harmonia para momentos modais.
STAIRWAY TO HEAVEN
Na primeira sequência harmônica temos o movimento cromático do baixo. Isso condiz diretamente com as primeiras tendências da harmonia tradicional onde se preserva a semelhança entre os acordes movendo cada voz ao mínimo. As vozes cromáticas devem ser analisadas dentro desse contexto onde os acordes gerados que não fazem parte do campo harmônico são vistos apenas como passagem.
A idéia de tonalidade precisa de muitos elementos que vão além do campo harmônico de uma escala – isso ajuda a reforçar a força da tônica. Usamos acordes de empréstimo modal, acordes de passagem, acordes de preparação, substitutos, com trocas de tensão, entre muitos outros, mudando a cor das passagens harmônicas, transitando por diversas camadas da harmonia mas sem perder o ponto de partida, a tônica.
Desde o período clássico que o cromatismo entra vigorasamente nas passagens melódicas e por consequência harmônicas. E é uma das formas mais fáceis para explicar boa parte das progressões.
Dou um exemplo usando a segunda cadência que você colocou:C D F7M Am C G D4 D
Podemos pensar no trecho como A menor, onde o acorde de D é o estranho ao campo. Mas observe os cromatismos.
C (possui as notas C, E e G).
D (D F# A)
F7M (F A C E)Existe um cromatismo entre as notas G-F#-F. O acorde de D pode ser visto como passagem cromática.
Claro, pode ser analisado de inúmeras maneiras…
C | D – cadência modal Lídia.
ou…
D – acorde de empréstimo modal da homônima maior (A maior).
ou…
C | D – modulação passageira para a tonalidade de G, paralela dentro do ciclo das quintas/quartas.
Lembre que quando falamos de função harmônica (TON, SUB ou DOM) estamos analisando dentro da teoria tonal, onde a maioria desses acordes está na categoria dos subdominantes.
Não podemos analisar o último acorde da cadência (o D), junto com o primeiro acorde da proxima harmonia (o Am) como uma cadência Dórica, pois cada acorde está posicionado num agrupamento harmônico diferente.
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