Escalas e acordes
Este tópico contém respostas, possui 2 vozes e foi atualizado pela última vez por Denis Warren 10 anos, 2 mes atrás.
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setembro 2, 2014 às 11:59 pm #1670
Denis, tudo bem?
Desde já peço perdão pela ignorância e impaciência com as quais elaboro estas perguntas. Já me desculpei pois imagino que já existam respostas em meio a tanto conteúdo que você já compartilhou.
Mas enfim: gostaria, por favor, de saber três coisas:
1) quais as escalas que posso estudar para acompanhar jazz, R&B e soul;
2) durante a execução de uma escala, como sei qual acorde combina com as notas que estou executando? Me disseram que isso seria basicamente Harmonia em Bloco, voicing, chord melod… Fiquei confuso e resolvi buscar orientação;
3) dentro de um tom, quais os acordes que posso usar para preencher e “embelezar” a harmonia? Por exemplo, já vi passagens que usam F/A e G/B para chegarem ao C; Passar por D#° para chegar ao Em.Tenho muitas dúvidas e, como quero começar a estudar teoria (pois até hoje só toquei na prática), acho que surgirão outras.
Então até breve rs
Forte abraço!
setembro 3, 2014 às 6:17 pm #1671Olá Bruno!
Vamos por partes então…
1) O R&B e o Soul são derivações que possuem na raíz estilos como o jazz e o blues. No blues o ponto de partida são 3 pentatônicas, a m7, m6 e M7 (você encontra os desenhos no arquivo do site). Geralmente aplicamos as pentas na mesma tônica do tom da música, ou na tônica do acorde da base. A m7 pode ser aplicada na relativa menor.
Exemplo:
Blues em A – usa-se as pentas de Am7, Am6, A7 e F#m7 (relativa).
Quando o acorde mudar para D7, pode-se mudar as pentas para D, no acorde de E7, pentas em E.No jazz o leque de escalas é bem maior. Como um dos clichês harmônicos é o II-V7-I, costuma-se improvisar sobre esse tipo de progressão usando a escala do I, por exemplo: Dm7-G7-C7M – o acorde de chegada (I) é o C7M, então a escala de C maior pode ser usada sobre os 3 acordes.
Outras escalas como menores harmônica e melódica, diminuta, aumentada, tons inteiros, também são usadas.
Se você quer usar o básico recomendo a escala maior e seus modos, menor harmônica, menor melódica e diminuta.2) Aqui você pode usar várias abordagens…
a – o ouvido, se achou legal, use o acorde.
b – acordes do campo harmônico da escala.
c – princípio da tensão compatível.Esse princípio funciona em inúmeros casos, basta as notas fazerem parte do acorde ou estarem 1 tom acima das notas da sua formação. Por exemplo:
Acorde de C7M (possui as notas C E G B).
Então as notas C E G B serão compatíveis com o acorde pois fazem parte da sua formação.
+
Notas 1 tom acima das notas do acorde, ou seja…
C + 1 tom = D
E + 1 tom = F#
G + 1 tom = A
Escala resultante será: C E G B + D F# A = C D E F# G A B = Escala de G maior.3) Podemos embelezar os acordes de uma música com os princípios da harmonia funcional, como:
– Acordes de preparação V7-I, II-V7-I.
– Acordes substitutos.
– Acordes de empréstimo modal.
– Acordes de passagem cromática.
– Troca de função harmônica.
– Troca de tensão.
– Troca da inversão.Entre outros tipos de movimentos. Muitos deles você encontra no esquema abaixo:
setembro 7, 2014 às 1:20 pm #1694Obrigado, Denis! Só nessa resposta já devo ter uns 3 meses de estudos…
Não entendi muito bem a tabela de Funções Harmônicas e Acorde de Chegada.setembro 7, 2014 às 5:39 pm #1696Bruno
“Não entendi muito bem a tabela de Funções Harmônicas e Acorde de Chegada.”Vou explicar melhor tomando como exemplo a própria tônica do exemplo acima…
Casa 5 – T – Tônica do acorde em A, que pode ser qualquer tipo de acorde como A, Am, A7M, Am7, etc…
Dominante do acorde de chegada – ou seja, o acorde dominante que resolve no A:
Casa 7, corda 5 – V7, ou seja, o acorde de E7.SubV7 – substituto do acorde de V7 – existem vários acordes que podem ser colocados no lugar do E7, que irão exercer função de dominante resolvendo também no acorde de A:
Casa 4, corda 6 – Xo e XØ, ou seja, os acordes de G#o e G#Ø.
Casa 6, corda 6 – X7, ou seja, o acorde de Bb7.
Casa 7, corda 6 – Xo e Xm6, ou seja, os acordes de Bo e Bm6.
Casa 5, corda 5 – Xo e XØ, ou seja, os acordes de Do e DØ.
Caso 8, corda 5 – Xo e Xm6, ou seja, os acordes de Fo e Fm6.AEM – Acorde de Empréstimo Modal – são os acordes que vem da homônima menor (mesmo nome – tônica) e que podem ser usados no tom maior, e vice-versa. Desempenham função de subdominante:
Casa 3, corda 6 – X7, ou seja, o acorde de G7.
Casa 7, corda 6 – XØ, ou seja, o acorde de BØ.
Casa 5, corda 5 – Xm7, ou seja, o acorde de Dm7.
Casa 8, corda 5 – X7M, ou seja, o acorde de F7M.X7M – Segundo Grau Maior (sexta napolitana):
Casa 6, corda 6 – X7M, ou seja, o acorde de Bb7M.X – Terceiro Grau Maior:
Casa 4, corda 5 – X, ou seja, o acorde de C#.Subdominante substituto:
Casa 3, corda 6 – X7M, ou seja, o acorde de G7M.
Casa 6, corda 5 – XØ, ou seja, o acorde de EbØ.
Casa 8, corda 5 – XØ, ou seja, o acorde de FØ.Resumindo temos…
Tônica – A, Am, A7M, Am7, etc…
Dominante do acorde de chegada: E7.
SubV7 – substituto do acorde de V7: G#o, G#Ø, Bb7, Bo, Bm6, Do, DØ, Fo e Fm6.
AEM – Acorde de Empréstimo Modal: G7, BØ, Dm7 e F7M.
X7M – Segundo Grau Maior (sexta napolitana): Bb7M.
X – Terceiro Grau Maior: C#.
Subdominante substituto: G7M, EbØ e FØ.No exemplo acima todos os acordes estão relacionados com a tônica A, que é a tônica do acorde onde a progressão é resolvida. Para outras tônicas as relações de distância se mantém.
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