Denis Warren

Respostas no Fórum

Visualizando 15 posts - 1 até 15 (de 35 do total)
  • Autor
    Posts
  • em resposta a: Como tocar mais "sofisticado"? #2248

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Maycao, obrigado pelas palavras.

    Existem várias formas para “sofisticar” o teu fraseado, vou colocar algumas idéias aqui:

    1 – Fuja um pouco dos padrões óbvios, dos clichês: Ao invés de ficar subindo e descendo escalas ou arpejos procure saltar cordas, pular algumas notas, mudar a direção da melodia. Crie padrões que sejam diferentes dos lineares mas que tenham uma estrutura lógica.

    2 – Busque para cada acorde uma ou duas notas que soem bacanas: Use essas notas para delinear e estruturar o teu solo, elas serão pontos de apoio.

    3 – Vincule as idéias: Não toque apenas licks soltos, procure entrelaçar cada frase como num diálogo, pense em como cada trecho do teu improviso irá se conectar.

    4 – Estruture o solo: Pense na história que irá contar tecendo um começo, meio e fim. Desenvolva a “trama” e separe cada parte da melodia em pedaços lógicos e fáceis de serem “digeridos” pelo ouvinte.

    5 – Use cromatismos e aproximações cromáticas: Adicione notas que não fazem parte da escala mas que estejam meio tom de notas alvo. Use esses efeitos para gerar tensões passageiras e criar interesse.

    6 – Explore outras escalas: Entregando intenções modais variadas aos acordes da harmonia. Isso faz a sua melodia transitar por diversos campos harmônicos mesmo se a harmonia estiver presa numa única tonalidade.

    7 – Use arpejos diversos: Cada um tem uma sonoridade específica que ajudará a entregar uma cor ao teu solo. Explore além dos arpejos de tríades e tétrades, os arpejos suspensos com segunda e quartas.

    8 – Interprete: Use diversas articulações (técnicas), varie a dinâmica, a pegada, o swing. Explore células rítmicas, alterne o acento, exponha o teu fraseado com equilíbrio e contraste.

    em resposta a: Analise harmonica da musica Stair Way to Heaven #2244

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Slash.

    Tom menor é diferente de modo. Quando dizemos que a música está em Am estamos designando tonalidade. Quando falamos Am eólio estamos designando modalidade ou uma intenção modal pontual, em um dado momento. Uma música pode estar num tom, num modo, ou variações dentro desses dois conceitos. Pode ser tonal mas ter momentos modais, ou ser modal e transitar entre diferentes modos.

    Observe a cadência abaixo:

    C | G | Ab | G | C

    O tom é o de C maior.
    O acorde de Ab é um empréstimo modal.
    A passagem Ab | G enfatiza uma sonoridade Frígia. Chamamos essa cadência de: Frígia dentro de uma estrutura tonal.

    Outra cadência:

    Dm7 | G | Dm7 | G

    Essa cadência é modal originada do campo harmônico da escala de C maior (podemos inclusive dizer que esses acordes vem do campo harmônico de D Dórico). Se for aplicada em boa parte da música caracteriza modalismo, pois além de ter uma estrutura simples, não tem compromisso com a tônica da escala tonal, a nota C.

    Um exemplo da relação escala X acorde:

    C7M(9) | Dm7(11) | G7 | C7M

    Usando sobre o acorde de C7M(9) a escala de C maior (tonal).
    Usando sobre o acorde de Dm7(9) a escala de C maior enfatizando as notas D, F e B (modal dórico).
    Usando sobre o acorde de G7 a escala de C menor harmônica (modal Frígio maior ou tonal homônimo).
    Usando sobre o acorde de C7M a escala de G maior (modal lídio).

    Apesar da cadência ser tonal, as aplicações melódicas entregam diferentes intenções modais. Aqui a aplicação das escalas carrega a harmonia para momentos modais.

    STAIRWAY TO HEAVEN

    Na primeira sequência harmônica temos o movimento cromático do baixo. Isso condiz diretamente com as primeiras tendências da harmonia tradicional onde se preserva a semelhança entre os acordes movendo cada voz ao mínimo. As vozes cromáticas devem ser analisadas dentro desse contexto onde os acordes gerados que não fazem parte do campo harmônico são vistos apenas como passagem.
    A idéia de tonalidade precisa de muitos elementos que vão além do campo harmônico de uma escala – isso ajuda a reforçar a força da tônica. Usamos acordes de empréstimo modal, acordes de passagem, acordes de preparação, substitutos, com trocas de tensão, entre muitos outros, mudando a cor das passagens harmônicas, transitando por diversas camadas da harmonia mas sem perder o ponto de partida, a tônica.
    Desde o período clássico que o cromatismo entra vigorasamente nas passagens melódicas e por consequência harmônicas. E é uma das formas mais fáceis para explicar boa parte das progressões.
    Dou um exemplo usando a segunda cadência que você colocou:

    C D F7M Am C G D4 D

    Podemos pensar no trecho como A menor, onde o acorde de D é o estranho ao campo. Mas observe os cromatismos.

    C (possui as notas C, E e G).
    D (D F# A)
    F7M (F A C E)

    Existe um cromatismo entre as notas G-F#-F. O acorde de D pode ser visto como passagem cromática.

    Claro, pode ser analisado de inúmeras maneiras…

    C | D – cadência modal Lídia.

    ou…

    D – acorde de empréstimo modal da homônima maior (A maior).

    ou…

    C | D – modulação passageira para a tonalidade de G, paralela dentro do ciclo das quintas/quartas.

    Lembre que quando falamos de função harmônica (TON, SUB ou DOM) estamos analisando dentro da teoria tonal, onde a maioria desses acordes está na categoria dos subdominantes.

    Não podemos analisar o último acorde da cadência (o D), junto com o primeiro acorde da proxima harmonia (o Am) como uma cadência Dórica, pois cada acorde está posicionado num agrupamento harmônico diferente.

    em resposta a: Celulas rítmicas #2240

    Denis Warren
    Mestre

    Rodolpho, vou listar os pontos de partida…

    1 – Conseguir manter a precisão na pulsação: Esse aspecto é o fundamental, você ter a capacidade de sentir a pulsação de uma música e conseguir acompanhá-la com perfeição. De certa forma a nossa intuição nos permite acompanhar o pulso natural de um rítmo, mas o seu controle pleno requer bastante estudo usando o metrônomo como referência. Toque tudo que estiver aprendendo, seja escalas, arpejos, riffs ou licks, com o auxílio de um metrônomo. Comece em velocidade baixa e vá aos poucos acelerando, buscando sempre tocar as notas com os acentos do metrônomo.

    2 – Conseguir dividir o tempo em 1, 2, 3 e 4 partes: Em 1 parte quer dizer tocar apenas 1 nota para cada batida da pulsação. Depois ao dobrar a velocidade teremos 2 notas por batida e finalmente dobrando mais uma vez, teremos 4 notas por batida. A tercina (3 notas por pulsação) é uma variação e também deverá ser estudada. A distância entre as notas deverá ser sempre equilibrada (a mesma), sem acelerar ou reduzir a velocidade.

    3 – Células rítmicas: São as variações sobre as divisões do tempo em 1, 2, 3 e 4 partes. Você pode por exemplo tocar o tempo dividido em 4 partes (1 2 3 4) mas omitir a primeira nota (_ 2 3 4). Ou tocar o tempo dividido em 3 partes (1 2 3) omitindo a segunda nota (1 _ 3). Essa é a definição de célula rítmica, uma combinação matemática, uma possibilidade que gera um padrão rítmico específico. Cada uma deverá ser estudada separada em andamentos variados até que você memorize a sua sonoridade.
    Observe no quadro abaixo as células derivadas dessas divisões:

    _  quer dizer uma pausa, não tocar a nota.

    ∩  quer dizer unir o tempo das notas, somente a primeira é tocada.

    Cada célula rítmica está representada pela notação tradicional e o equivalente numérico.

    4 – Batidas e swing: Cada estilo de música possui variações e características que são representadas por agrupamentos de células rítmicas. Aprender a tocar músicas com rítmos variados te dará o controle de cada conceito, então procure tirar bastante música de diversas fontes.

    5 – Controle de compasso: Saiba tocar dentro de compassos variados que vão além do tradicional 4/4 e 2/4, entre eles o 3/4, 5/4, 7/4, os compostos 6, 9 e 12, usando unidades de tempo variadas como 2, 4, 8 e 16.

    ASSIMILAÇÃO

    Estude sempre com o metrônomo e backing tracks, mas saiba tocar mantendo a sua pulsação natural, ou usando como guia a pulsação de outro músico, como o baterista da tua banda.

    Estude rítmo também de forma isolada, melhor se for num outro instrumento como uma percussão. Isso te dará uma visão alternativa do assunto.

    Entenda cada célula de forma intuitiva, copiando a sua sonoridade, mas também compreenda o assunto de forma racional.

    em resposta a: Contruir uma harmonia para uma Melodia #2222

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Slash.

    Você pode criar uma cadência aleatória usando os acordes do campo harmônico, mas isso não trará o melhor resultado. Dependendo da nota que estiver na melodia, certos acordes funcionam melhores que os outros. Tudo isso é explicado através das regras da harmonia tradicional e funcional, então aconselho ler um pouco sobre o assunto. Mas afinal o que conta é a estética que você pretende para a música, então use também o método da tentativa e decida quais acordes ficam ou saem de acordo com o teu gosto pessoal.
    Proponho o seguinte, que tal aprendermos isso de forma prática? Coloque uma melodia e vou te orientando com os principais métodos de harmonização.

    em resposta a: Celulas rítmicas #2221

    Denis Warren
    Mestre

    Qual é a tua dificuldade? Executar cada célula? Manter a pulsação? Alternar entre uma célula e outra? Saber como estudar e aplicar? Ou você não sabe o que significa célula rítmica?

    Vamos por partes para que você possa entender o assunto de forma completa. Então fico no aguardo…

    em resposta a: Ligados #2220

    Denis Warren
    Mestre

    Taí, uma excelente pergunta.

    O que identifica prontamente um guitarrista bom é a afinação dos seus bends e a limpeza e clareza dos ligados. Essas são técnicas que muitas vezes são subestimadas e tocadas de qualquer maneira, sem o controle pleno.

    Dou algumas dicas…

    1 – Procure “segurar” as cordas que não participam do ligado. Aquelas que estão abaixo são abafadas com o indicador da mão esquerda, e as que estão acima são abafadas com a palma da mão direita.

    2 – Use sempre a ponta dos dedos.

    3 – Estude coordenação, pois assim você garante que cada dedo é movimentado na hora certa.

    4 – Estude o ligado lentamente. Mesmo em baixa velocidade cada uma das notas deverá soar. Se o som fica muito magrinho quando você toca devagar, isso é um indicativo de que a técnica deverá ser aprimorada.

    5 – Use o peso da mão e dos dedos para articular os ligados, movendo-os sempre no sentido de fechamento da mão.

    6 – Procure não levantar os dedos demais, a articulação fica mais eficiente.

    7 – Tenha um instrumento bem regulado, com cordas novas e trastes em bom estado.

    LIGADO ASCENDENTE (Hammer on)

    Hammer quer dizer martelar. Então esse é o conceito por trás desse tipo de ligado, procure direcionar a força para a ponta do dedo e martele a corda de forma certeira.

    LIGADO DESCENDENTE (Pull off)

    Coloque ao mesmo tempo todos os dedos que irão participar do ligado. O dedo que faz a força é o que fica, pois terá que promover estabilidade na corda. O dedo que sai pincela a corda e se move no sentido de fechamento da mão.

    em resposta a: Como treinar um lick #2219

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Rafael. Podes reescrever a tablatura pois ficou embaralhada? Sempre depois de publicar a pergunta você tem um tempo para editá-la, então faça os pequenos ajustes. Fico no aguardo, abração!

    em resposta a: Escalas Menores #2198

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Slash!

    A aplicação da escala menor melódica na forma ascendente (e não descendente) é uma característica da música clássica e não se aplica na música popular. Usamos a escala com as mesmas alterações, independente se a melodia estiver subindo ou descendo.

    Existem inúmeras formas de aplicar as escalas, mas a maneira mais simples é pensar por acorde. Siga o raciocínio…
     

    1 – Uma escala possui um campo harmônico e dentro desse campo harmônico temos vários acordes.

    Por exemplo:

    Escala de A menor harmônica: A B C D E F G#

    Acordes de tríade gerados pela escala:

    Am Bm(b5) C(#5) Dm E F G#m(b5)

    Acordes de tétrade gerados pela escala:

    Am7M Bm7(b5) C7M(#5) Dm7 E7 F7M G#o

    Observe na tabela abaixo o campo harmônico de A menor harmônico (clique para ampliar):

     

    2 – Se uma escala gera um acorde, sobre esse acorde podemos aplicar a escala.

    Exemplo:

    Sobre o acorde de Dm7 podemos usar a escala de A menor harmônica.
     

    3 – A sensação modal provocada pela escala sobre o acorde pode ser conferida nas tabelas de campo harmônico aqui no site. A escala de A menor harmônica sobre Dm7 gera o modo D Dórico #4.
     

    4 – Você pode ignorar o tom ou modo da música e pensar por acorde.

    Exemplo:

    Cadência: C | Dm7 | G7 | C

    Essa cadência está no tom de C maior, então é possível usar a escala de C maior sobre todos os acordes. Mas sobre o acorde de Dm7 podemos usar a escala de A menor harmônica, pois o acorde também está nesse campo harmônico.
     

    Para conferir as tabelas dos campos harmônicos clique aqui.
     

    Existem cadências onde a aplicação das escalas menores é comum, dou alguns exemplos:
     

    1 – Cadência 1: Am | G | F | E

    Use a escala de A menor natural sobre os acordes de Am, G e F.
    Use a escala de A menor harmônica sobre o acorde de E.
     

    2 – Cadência 2: Blues.

    A7 | % | % | % || D7 | % | A7 | % || E7 | D7 | A7 | E7

    Sobre o acorde de D7 use a escala de A menor melódica.
     

    3 – Cadência 3: E | F

    Use sobre ambos os acordes a escala de A menor harmônica – chamamos essa sensação modal de Frígio Maior.
     

    4 – Cadência 4: D | D

    Use sobre o acorde de D a escala de A menor melódica – chamamos essa sensação modal de Lídio b7 ou Mixolídio #4 – uma das escalas do Baião.
     

    5 – Cadência 5: Dm7(9) | G7 | C7M | C7M

    Sobre os acordes de Dm7(9) e C7M use a escala de C maior.
    Sobre o acorde de G7 use a escala de C menor harmônica ou melódica.

    em resposta a: O QUE COMEÇAR A ESTUDAR DO INICIO INTERMEDIO E AVANÇADO? #2143

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Aerialsvictor!

    Um plano de estudo requer planejamento por tentativa, delineamento de objetivos, definição de estilo entre outras coisas. A melhor pessoa para entender o que você precisa é você mesmo, por isso use o que vou falar abaixo como uma referência do ponto de partida mas avalie o processo de forma dinâmica e reescreva o plano com frequência.
     

    1 – Defina o que você quer com a prática da guitarra, o que quer alcançar, o que pretende. Quer aprender a tocar algumas músicas apenas ou quer se profissionalizar? Gostaria de trabalhar em estúdio ou como sideman? Qual é o teu objetivo? Definindo isso você poderá definir o tipo de conteúdo que deverá ser estudado.
     

    2 – Quanto tempo tem para estudar? Quando você não tem muitas horas para se dedicar a melhor estratégia é aprender assuntos variados, um pedacinho de cada vez. E ir ao longo da prática musical aplicando o que estiver aprendendo. Se dispõe de bastante tempo procure estabelecer relações diretas entre os conteúdos e desmembre ao máximo o que estiver aprendendo.
     

    3 – Qual é o estilo que você curte tocar? Algumas técnicas, rítmos, escalas, acordes, etc… são quase que exclusivas de uma linguagem musical, então é importante você definir dentro do estilo que deseja aprender o que é essencial.
     

    4 – O que é natural pra você? Explore os pontos em que você é forte, pois assim você tocará guitarra de forma espontânea e criará uma identidade. Faça o seu lado bom ficar ainda melhor.
     

    5 – De que forma você curte estudar? Não adianta forçar maneiras e métodos que estão longe da tua realidade, onde você terá que desprender muito esforço para pouco resultado. Busque maneiras que cativem o teu entusiasmo, que te entreguem prazer. Daí o estudo será a consequência e você aprenderá de forma mais eficiente.
     

    De qualquer maneira existem assuntos que são importantes para qualquer guitarrista, independente das questões acima. Considero o bê-a-bá da guitarra.
     

    Técnicas: Você precisa saber tocar palhetada alternada, palhetada sweep (econômica), ligados, slide, bend, vibrato, mute, harmônicos naturais e artificiais e técnica de mão direita sem a palheta.
     

    Rítmos: Precisa saber dividir a pulsação em 1, 2, 3 e 4 partes e conseguir tocar as células rítmicas derivadas dessas divisões. Também é vital conseguir tocar em compassos de 2, 3 e 4, saber as principais batidas de mão direita e tocar no contratempo.
     

    Ouvido: Conseguir tirar pequenas melodias, acordes com sétima, identificar os intervalos, os modos e repetir padrões rítmicos. Tenha o andamento sólido, ou seja, consiga tocar no tempo.
     

    Improvisação: Saber solar nas principais cadências harmônicas como II-V7-I, II-V7-Im, Vi-V-IV, etc… e em cadências de blues. Saber desenvolver um motivo e vincular idéias. Usar cromatismo e aproximações cromáticas.
     

    Teoria: Domine os intervalos, formação de acordes e arpejos, formação de escalas e as principais regras da harmonia funcional como função de acorde, substituição, acordes de empréstimo modal e acordes de passagem. Saiba um pouco de acústica e regulagem de equipamento.
     

    Acordes: Saiba tocar qualquer acorde em pelo menos 3 lugares no braço.
     

    Escalas: Saiba as pentatônicas m7, m6 e M7, escala maior e seus modos, menor harmônica, menor melódica, diminuta e tons inteiros.
     

    Vocabulário: Aprenda os clichês melódicos e harmônicos. Colecione e saiba tocar licks e riffs de diversos estilos e procure manipulá-los durante a improvisação.
     

    Repertório: Saiba tocar ao menos umas 50 músicas do começo ao fim, com os solos e outros detalhes. Melhor se forem de estilos variados como rock, pop, blues, jazz, choro, bossa, música clássica.
     

    Rotina: É melhor estudar um pouco com bastante frequência do que muito de forma esporádica. Procure também variar o conteúdo, estudar coisas diferentes. Não fique muito tempo apenas na técnica, estude repertório, componha, toque em bandas, grave, improvise, use todo o espectro do conhecer musical.

    em resposta a: Acorde diminuto como usar #2103

    Denis Warren
    Mestre

     

    Olá Slash!

    Primeiro vamos dar uma olhada na estrutura do acorde diminuto, vou usar como exemplo o acorde de Co:

    Co possui as notas C, Eb, Gb e Bbb (Bbb é enarmônico com A).

    Calculando as distâncias entre as notas…
     

    C até Eb – A distância é de 1 tom e meio.
    Eb até Gb – A distância é de 1 tom e meio.
    Gb até Bbb (A) – A distância é de 1 tom e meio.
    Bbb (A) até C – A distância é de 1 tom e meio.
     

    Observe que as distâncias são sempre as mesmas, 1 tom e meio. Chamamos esse tipo de acorde de simétrico onde qualquer uma de suas notas poderá ser considerada a tônica, ou a terça, ou a quinta, ou a sétima.

    Por isso…
     

    Co = Ebo = Gb = Bbbo (Ao)
     

    O acorde diminuto pode ser usado de diversas formas, como passagem, como preparação, passagem cromática, etc…
    As formas mais comuns são:
     

    1 – Colocado entre 2 acordes que possuem o baixo separado por 1 tom de distância…
     

    D7 | Em7
     

    O primeiro acorde é o D7.
    O segundo acorde é o Em7.
    A distância entre o baixo D até o baixo E é de 1 tom. Então coloque o diminuto entre os 2 acordes:
     

    D7 D#o | Em7
     

    2 – Como substituto do acorde dominante…

    O acorde diminuto pode ser considerado um acorde dominante do tipo T7(b9) sem o baixo, observe:

    C7(b9) possui as notas C, E, G, Bb e Db. Tirando o baixo fica E, G, Bb e Db = Eo.

    Então podemos usar o Eo no lugar do C7(b9).
    Como Eo = Go = Bbo = Dbo, também podemos usar esses acordes no lugar do C7(b9).

    Então observe a seguinte cadência…
     

    Bbm7 | Gm7(b5) | C7(b9) | Fm7
     

    Trocando o acorde de C7(b9) por um diminuto…
     

    Bbm7 | Gm7(b5) | Eo | Fm7 ou…
    Bbm7 | Gm7(b5) | Go | Fm7 ou…
    Bbm7 | Gm7(b5) | Bbo | Fm7 ou…
    Bbm7 | Gm7(b5) | Dbo | Fm7
     

    Se tiveres tocando com banda fica melhor ainda, nem avise o baixista que vais trocar de acorde. O resultado fica…
     

    Bbm7 | Gm7(b5) | Eo/C | Fm7 ou…
    Bbm7 | Gm7(b5) | Go/C | Fm7 ou…
    Bbm7 | Gm7(b5) | Bbo/C | Fm7 ou…
    Bbm7 | Gm7(b5) | Dbo/C | Fm7

    em resposta a: Modos Gregos da Escala Natural Menor (Relativa) #2022

    Denis Warren
    Mestre

    Você tem que fazer o que a harmonia requer. Hoje o conceito de tonalidade é mais amplo, não existe mais a necessidade de resolver o acorde dominante, muitas vezes ele está inclusive suspenso com quarta. Existem inúmeros outros acordes que vem de outros campos como os de preparação, empréstimo modal, substitutos, de passagem e assim por diante.
    Aconselho começar a improvisar de forma simples em cadências que usem acordes de um único tom. Não use as escalas de forma estática, mude as notas enfatizadas, dê intenções modais, faça cromatismos e aproximações cromáticas.

    Vou sugerir algumas cadências para começar:

    Começando com acorde Tônico

    T | SD | D | T → C | F | G7 | C ou Am | F | G | Am ou Am | Dm | G | C
    T | SD | D | D → C | F | G7 | G7 ou Am | Dm | G | G ou Em | F | G | G
    T | D | SD | SD → C | G7 | F | F ou C | G | F | Dm ou Am | G | F | F

    Começando com acorde Subdominante

    SD | T | SD | T → F | C | F | C ou Dm | Am | F | C ou Dm | C | F | Am
    SD | D | T | SD → F | G | C | Dm ou Dm | G | C | F ou Dm | G | Am | F
    SD | SD | SD | D → F | Dm | F | G ou F | F | Dm | G ou Dm | Dm | F | G

    Começando com acorde Dominante

    D | SD | SD | D → G | F | Dm | G ou G | Dm | F | G
    D | T | D | SD → G | C | G | Dm ou G | Am | G | F ou G | Em | G | F
    D | SD | T | T → G | Dm | C | Am ou G | F | C | C ou G | Dm | Am | C

    Depois faça as mesmas sequências acima colocando sétimas, nonas, etc…, por exemplo:

    T | SD | D | T → C7M | F7M | G7 | C7M ou Am7(11) | F7M(9) | G7(13) | Am7

    Contando que você esteja solando na mesma função do acorde, ou aplicando sobre ele uma intenção modal, tudo soará legal. Vou pegar uma cadência para exemplificar:

    T | SD | D | T → C7M | F7M | G7 | C7M

    A escala de C maior poderá ser usada sobre toda a sequência de acordes (aplicação tonal)…

    … Sobre o C7M evite repousar na nota F.
    … Sobre o F7M procure repousar na nota F.
    … Sobre o G7 evite repousar na nota C e evidencie as notas B e F.

    Intenções modais…

    … Sobre o C7M use C maior (C Jônico), G maior (C Lídio) enfatizando o F# e F maior (C Mixolídio ) enfatizando o Bb.
    … Sobre o F7M use F maior (F Jônico), C maior (F Lídio) enfatizando o B e Bb maior (F Mixolídio ) enfatizando o Eb.
    … Sobre o G7 use C maior (G Mixolídio) enfatizando o F.

    em resposta a: Os segredos da improvisação #2017

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Leo, obrigado pelas sugestões, vou incluir dentro do meu cronograma de publicações.

    em resposta a: Modos Gregos da Escala Natural Menor (Relativa) #2016

    Denis Warren
    Mestre

    A abordagem tonal é um pouco diferente da modal, justamente por causa das funções harmônicas, como você citou acima.

    Existem 3 funções tonais: Tônico | Subdominante | Dominante

    É importante entender a razão pela qual esses acordes são classificados nessas 3 funções.

    Acordes Tônicos: Passam sensação de repouso, é o ponto de partida. São os acordes do campo harmônico que não possuem a quarta justa da escala.

    Acordes Subdominantes: São acordes de afastamento da tônica, possuem tensão intermediária. São os acordes do campo harmônico que possuem a quarta justa mas não tem a sétima maior da escala.

    Acordes Dominantes: Possuem tensão elevada provocada pelo trítono (quarta justa e sétima maior da escala). Esse trítono “quer” ser resolvido num acorde tônico, então os acordes dominantes caminham para o repouso.

    Exemplo em C maior:

    Acordes Tônicos: C7M | Em7 | AM7
    Acordes Subdominantes: Dm7 | F7M
    Acordes Dominantes: G7 | Bm7(b5)

    Então para improvisar você terá que enfatizar as notas que fortalecem a função harmônica de cada acorde e evitar as notas que confundem a função.

    Acordes…

    Sobre o acorde de C7M evite repouso na nota F.
    Sobre o acorde de Dm7 enfatize a nota F.
    Sobre o acorde de Em7 evite repouso na nota F.
    Sobre o acorde de F7M enfatize a nota F.
    Sobre o acorde de G7 enfatize o trítono e evite repousar na nota C.
    Sobre o acorde de Am7 evite repouso na nota F.
    Sobre o acorde de Bm7(b5) enfatize o trítono e evite repousar na nota C.

    Tensões…

    Sempre dão um brilho a mais no acorde criando movimento e interesse.

    Sobre o acorde de C7M use as tensões D (9) e A (13).
    Sobre o acorde de Dm7 use as tensões E (9), G (11) e B (13).
    Sobre o acorde de Em7 use a tensão A (11).
    Sobre o acorde de F7M use as tensões G (9), B (#11) e D (13).
    Sobre o acorde de G7 use as tensões A (9) e E (13).
    Sobre o acorde de Am7 use as tensões B (9) e D (11).
    Sobre o acorde de Bm7(b5) use as tensões E (11) e G (b13).

    Tonalidade Menor:

    Use o mesmo princípio, observe…

    Acordes Tônicos: São os acordes do campo harmônico que não possuem a sexta menor da escala.

    Acordes Subdominantes: São os acordes do campo harmônico que possuem a sexta menor da escala mas não tem trítono na formação.

    Acordes Dominantes: São os acordes com trítono formado pela quarta justa e sétima maior da escala.

    Exemplo em C menor: Cm7 | Dm7(b5) | Eb7M | Fm7 | G7 | Ab7M | Bb7

    Acordes Tônicos: Cm7 | Eb7M
    Acordes Subdominantes: Dm7(b5) | Fm7 | Ab7M | Bb7
    Acordes Dominantes: G7

    Acordes…

    Sobre o acorde de Cm7 evite repouso na nota Ab.
    Sobre o acorde de Dm7(b5) enfatize a nota Ab.
    Sobre o acorde de Eb7M evite repouso na nota Ab.
    Sobre o acorde de Fm7 enfatize a nota Ab.
    Sobre o acorde de G7 enfatize o trítono (F e B) e evite repousar na nota C.
    Sobre o acorde de Ab7M enfatize a nota Ab.
    Sobre o acorde de Bb7 enfatize a nota Ab.

    Tensões…

    Sobre o acorde de Cm7 use as tensões D (9) e F (11).
    Sobre o acorde de Dm7(b5) use a tensão G (11).
    Sobre o acorde de Eb7M use a tensão F (9) e C (13).
    Sobre o acorde de Fm7 use as tensões G (9), Bb (11) e D (13).
    Sobre o acorde de G7 use as tensões Ab (b9) e Eb (b13).
    Sobre o acorde de Ab7M use as tensões Bb (9), D (#11) e F (13).
    Sobre o acorde de Bb7 use as tensões C (9), Eb (11) e G (13).

    em resposta a: Graus #1968

    Denis Warren
    Mestre

    Olá Rodolpho!

    Um bom ponto de partida, que irá funcionar na maioria dos casos, é a regra da tensão compatível. Uma nota para combinar com um acorde deverá fazer parte dele ou estar 1 tom acima de alguma nota que faça parte dele. Dou alguns exemplos:
     
    Acorde de C7M – possui as notas C, E, G e B.

    Então as notas C, E, G e B irão combinar com o acorde pois fazem parte da sua formação.

    e…

    As notas D, F# e A também irão funcionar pois estão a 1 tom acima das notas do acorde.
     
    Nota C + 1 tom = D, que será uma segunda ou nona maior – cifra: 2 ou 9.
    Nota E + 1 tom = F#, que será uma quarta ou décima primeira aumentada – cifra: #4 ou #11.
    Nota G + 1 tom = A, que será uma sexta ou décima terceira maior – cifra: 6 ou 13.
     
    Essas notas são chamadas de tensões compatíveis e podem inclusive serem colocadas dentro do acorde, veja alguns exemplos:

    C7M(9) | C7M(#11) | C7M(13)

    Por essa razão que, quando estamos em C maior, ao usar a escala de C maior sobre o acorde de C7M evitamos repousar na nota F, pois ela não é uma tensão compatível – observe que fica apenas a 1/2 tom acima da terça do acorde, a nota E.
     
    Outro exemplo…
     
    Acorde de Cm7 – possui as notas C, Eb, G e Bb.

    Então as notas C, Eb, G e Bb irão combinar com o acorde pois fazem parte da sua formação.

    e…

    As notas D, F e A também irão funcionar pois estão a 1 tom acima das notas do acorde.
     
    Nota C + 1 tom = D, que será uma segunda ou nona maior – cifra: 2 ou 9.
    Nota Eb + 1 tom = F, que será uma quarta ou décima primeira justa – cifra: 4 ou 11.
    Nota G + 1 tom = A, que será uma sexta ou décima terceira maior – cifra: 6 ou 13.
     
    Exemplos de acordes: Cm7(9) | Cm7(11) | Cm6(9) | Cm7(9/11) etc…
     
    Acorde Dominante (T7) – tem uma característica particular pois é um acorde de tensão, com um trítono na formação, e aparece em diversos campos harmônicos. Ele geralmente aceita qualquer tensão com excessão da sétima maior.
     
    Exemplo:
     
    Acorde de C7 – possui as notas C, E, G e Bb.

    Então as notas C, E, G e Bb irão combinar com o acorde pois fazem parte da sua formação.
     
    E todas as outras com excessão da sétima maior – nota B…
     
    Db – b9.
    D – 2 ou 9.
    D# – #9.
    F – 4.
    F# – #11.
    Gb – b5.
    G# – #5.
    Ab – b13.
    A – 13.
     
    Exemplos de acordes: C7(b9) | C7(#9) | C7(b13) | C7alt etc…
     
    A escala mais recomendada para solar sobre o acorde será a soma das notas do acorde com as notas de tensão compatível.

    C7M = C E G B + D F# A = G maior.

    Se você usar qualquer outra escala, as notas que diferem serão as evitadas.

    em resposta a: Modos Gregos da Escala Natural Menor (Relativa) #1955

    Denis Warren
    Mestre

    Vamos primeiro entender a diferença entre uma escala maior e sua relativa menor. Vou usar como exemplo e ponto de partida a escala de C maior…
     
    C maior tem as notas: C D E F G A B

    A sua relativa menor será a quinta inversão, ou seja, a mesma escala começando na sexta nota.

    A menor natural (relativa), que possui as notas: A B C D E F G

    Observe que é a mesma escala, tem as mesmas notas. Então chamar de C maior ou A menor é apenas uma convenção que está relacionada com a aplicação da escala e com a sua relação com os acordes da base.

    Por exemplo:

     
    C | F | G7 | C
     

    Essa sequência de acordes imprime uma tonalidade, a de C maior. Isso quer dizer que usamos as notas da escala de C maior, seja para gerar os acordes, seja para gerar a melodia. Se você tocar a escala de A menor sobre a sequência, não fará diferença na intenção, ela será considerada escala de C maior.

    Mesma coisa ao contrário, observe agora essa sequência:

     
    Am | G | F | E
     

    Essa sequência está no tom de A menor. Mesmo se você usar a escala de C maior ela será considerada escala de A menor.
     
    Conclusão:

    Os modos gregos são inversões da escala diatônica maior, não da escala maior tonal.

     
    Aplicação dos modos gregos em música tonal:

    Podemos, mesmo que uma música esteja dentro de uma tonalidade, seja ela maior ou menor, dar diferentes intenções modais. Para isso basta se focar num acorde, ou numa pequena sequência de acordes. Vamos voltar para a cadência do primeiro exemplo:

     
    C | F | G7 | C
     

    1 – É uma sequência tonal em C maior, então a escala de C maior poderá ser usada sobre todos os acordes.

    2 – Usar a escala de A menor não fará diferença, ela será considerada C maior.

    3 – O acorde de C também é encontrado em outros campos harmônicos…

    … Primeiro grau de C maior.
    … Quarto grau de G maior.
    … Quinto grau de F maior.

    Então sobre ele podemos usar qualquer uma das 3 escalas, cada uma trará uma sensação diferente, o que chamamos de modos gregos.

    A escala de C maior sobre o acorde de C = C Jônico.
    A escala de G maior sobre o acorde de C = C Lídio.
    A escala de F maior sobre o acorde de C = C Mixolídio.

    Observe que é possível entregar 3 sensações modais diferentes sobre o acorde de C. Esse mesmo princípio pode ser usado sobre os outros acordes.
    Podemos ampliar essa lógica usando 2 acordes de cada vez.

     
    C | F
     

    Esses 2 acordes existem em 2 campos harmônicos diferentes, o de C maior e o de F maior. Então sobre esses 2 acordes podemos aplicar qualquer uma das 2 escalas, cada uma trará uma sensação modal diferente.

    A escala de C maior sobre os acordes de C e F = C Jônico.
    A escala de F maior sobre os acordes de C e F = C Mixolídio.

    Então, mesmo que uma música seja tonal, podemos usar diversos modos gregos.

Visualizando 15 posts - 1 até 15 (de 35 do total)

Powered by Facebook Comments